A independência da América Inglesa
As colônias inglesas apontavam para mudanças de maneira precoce comparada à América Ibérica, se tratando de ser colônia de um país que estava na vanguarda em defesa dos interesses da burguesia que se mostrava imponente nos séculos XVI, XVII e XVIII, tendo as revoluções Gloriosa e Puritana que ocorreram na Inglaterra nos anos de 1648 e 1688 e incidiram sobre os conflitos de classes e o papel do Estado na América.
O parlamento é a instituição em que se representa os interesses dessas classes e busca de maneira pacificadora equilibrar os conflitos, buscar solução de ordem pública.
O modo de colonização do Estados Unidos não difere do sentido de colonização da América Espanhola e Portuguesa, mas, devido a experiência dos ingleses, sua influência pesa sobre o processo de formação política deste povo e sua ação na luta de emancipação, sua economia, sua política e sua sociedade.
A disputa entre França e Inglaterra, guerra dos sete anos 1756-1763, que dividiam o norte do continente, os conflitos internos, era necessário cobrir os gastos da Inglaterra e a colônia tinha esta função, sendo assim tributou-se as treze colônias, buscou o fortalecimento do monopólio e a intervenção direta na administração nomeada pela metrópole.
Dividida entre colônia setentrional e centrais na América do Norte é onde ocorria o povoamento com pequenas e médias propriedades voltada para o consumo local, pequenas indústrias e atividades extrativistas (madeira) e pesqueira não tendo praticamente vínculos com a metrópole. Nos centro urbanos do litoral desenvolveu-se uma camada intelectual, ambas sofriam o que chamam de Negligencia Salutar. E as do Sul, baseada na grande propriedade, no trabalho escravo e voltada para exploração de tabaco e algodão e forte vínculo com a metrópole torna-se oposição ao norte, conhecido como Nova Inglaterra que, sob forte influência da França, na disputa do mercado internacional, tratou de incidir sobre sua independência. Os ideais Iluministas, republicanos.
Controlando uma vasta extensão territorial reduzindo o espaço de ocupação dos ingleses, considerando a influencia dos franceses sobre os indígenas e a falta de planos para a colonização quase é afetada. O conselho comercial convocou um congresso em Albany, em 1754, com as colônias e chefes indígenas para resolver os problemas dos índios. Foi sugerido também o Plano de União de Albany preparado por Benjamin Franklin de centralizar as colônias em um único governo.
Antes da declaração formal de independência dos Estados Unidos, foi publicado um panfleto de autoria de Thomas Payne, intitulado Commom Sense (Senso Comum), em 10/01/1776, que teve um papel importante na divulgação do ideário emancipacionista. Payne era um escritor e filósofo político inglês que migrou para a América. Em seu panfleto, numa linguagem acessível ao grande público, perguntava se existia algo de mais oposto ao senso comum do "que um continente (...) ser eternamente governado por uma ilha". Segundo o panfleto, o que a Razão recusa a Criação também rejeita, pois "não se conhece um satélite maior que seu planeta-mãe. A Razão, a Natureza, Deus e a História afirmam:
O sangue dos que foram chacinados, a voz da Natureza grita, é hora de nos separarmos. Mesmo a distância a que Deus colocou a América e a Inglaterra é uma prova forte e natural de que a autoridade de uma sobre a outra não era vontade dos céus.
Houveram duas batalhas que são de grande importância para entender o processo de independência. Desde o início da guerra notamos oscilações acerca das derrotas e vitórias. Nos primeiros anos os Estados Unidos sofreram derrotas consideráveis. Mas no decorrer da guerra duas batalhas foram extremamente significativas, são elas:
- Batalha de Saratoga, em 1777, o que nos aponta o novo curso da guerra capitaneando apoio da França representada pelo Marquês de La Fayett;
- A partir de 1781, as tropas franco-americana obtiveram apoio espanhol, o que o levou à decisiva vitória na Batalha de Yorktown;
- Em 1783, a Grã-Bretanha assinou o tratado de Versalhes reconhecendo a independência das 13 Colônias;
Dois grupos basicamente disputaram os rumos políticos dos Estados Unidos.
Um dos grupos era liderado por Thomas Jefferson que enfatizava a autonomia dos Estados e o poder centralizado decorativo. Por ouro lado, sob liderança de Alexander Hamilton e George Washington, que primavam pela centralização do poder político.
Alexander Hamilton, George Washington, Thomas Jefferson
A Independência da América Latina
A Independência da América Latina
O processo de independência da América Espanhola ocorreu em um conjunto de situações experimentadas ao longo do século XVIII. Nesse período, observamos a ascensão de um novo conjunto de valores que questionava diretamente o pacto colonial e o autoritarismo das monarquias. O iluminismo defendia a liberdade dos povos e a queda dos regimes políticos que promovessem o privilégio de determinadas classes sociais.
Sem dúvida, a elite letrada da América Espanhola inspirou-se no conjunto de ideias iluministas. A grande maioria desses intelectuais era de origem Criolla, ou seja, filhos de espanhóis nascidos na América desprovidos de amplos direitos políticos nas grandes instituições do mundo colonial espanhol. Por estarem politicamente excluídos, enxergavam no iluminismo uma resposta aos entraves legitimados pelo domínio espanhol, ali representado pelos Chapetones.
Ao mesmo tempo em que houve toda essa efervescência ideológica em torno do iluminismo e do fim da colonização, a pesada rotina de trabalho dos índios, escravos e mestiços também contribuiu para o processo de independência. As péssimas condições de trabalho e a situação de miséria já tinham, antes do processo definitivo de independência, mobilizado setores populares das colônias hispânicas. Dois claros exemplos dessa insatisfação puderam ser observados durante a rebelião Tupac Amaru (1780/Peru)
e o Movimento Comunero (1781/Nova Granada).
No final do século XVIII, a ascensão de Napoleão frente ao Estado francês e a demanda britânica e norte-americana pela expansão de seus mercados consumidores serão dois pontos cruciais para a independência. A França, pelo descumprimento do Bloqueio Continental, invadiu a Espanha, desestabilizando a autoridade do governo sob as colônias. Além disso, Estados Unidos e Inglaterra tinham grandes interesses econômicos a serem alcançados com o fim do monopólio comercial espanhol na região.
É nesse momento, no início do século XIX, que a mobilização ganha seus primeiros contornos. A restauração da autoridade colonial espanhola seria o estopim do levante capitaneado pelos criollos. Contando com o apoio financeiro anglo-americano, os criollos convocaram as populações coloniais a se rebelarem contra a Espanha. Os dois dos maiores líderes criollos da independência foram Simon Bolívar e José de San Martin. Organizando exércitos pelas porções norte e sul da América, ambos sequenciaram a proclamação de independência de vários países latino-americanos.
No ano de 1826, com toda América Latina independente, as novas nações reuniram-se no Congresso do Panamá. Nele, Simon Bolívar defendia um amplo projeto de solidariedade e integração político-econômica entre as nações latino-americanas. No entanto, Estados Unidos e Inglaterra se opuseram a esse projeto, que ameaçava seus interesses econômicos no continente. Com isso, a América Latina acabou mantendo-se fragmentada. O desfecho do processo de independência, no entanto, não significou a radical transformação da situação socioeconômica vivida pelas populações latino-americanas. A dependência econômica em relação às potências capitalistas e a manutenção dos privilégios das elites locais fizeram com que
Sem dúvida, a elite letrada da América Espanhola inspirou-se no conjunto de ideias iluministas. A grande maioria desses intelectuais era de origem Criolla, ou seja, filhos de espanhóis nascidos na América desprovidos de amplos direitos políticos nas grandes instituições do mundo colonial espanhol. Por estarem politicamente excluídos, enxergavam no iluminismo uma resposta aos entraves legitimados pelo domínio espanhol, ali representado pelos Chapetones.
Ao mesmo tempo em que houve toda essa efervescência ideológica em torno do iluminismo e do fim da colonização, a pesada rotina de trabalho dos índios, escravos e mestiços também contribuiu para o processo de independência. As péssimas condições de trabalho e a situação de miséria já tinham, antes do processo definitivo de independência, mobilizado setores populares das colônias hispânicas. Dois claros exemplos dessa insatisfação puderam ser observados durante a rebelião Tupac Amaru (1780/Peru)
e o Movimento Comunero (1781/Nova Granada).
No final do século XVIII, a ascensão de Napoleão frente ao Estado francês e a demanda britânica e norte-americana pela expansão de seus mercados consumidores serão dois pontos cruciais para a independência. A França, pelo descumprimento do Bloqueio Continental, invadiu a Espanha, desestabilizando a autoridade do governo sob as colônias. Além disso, Estados Unidos e Inglaterra tinham grandes interesses econômicos a serem alcançados com o fim do monopólio comercial espanhol na região.
É nesse momento, no início do século XIX, que a mobilização ganha seus primeiros contornos. A restauração da autoridade colonial espanhola seria o estopim do levante capitaneado pelos criollos. Contando com o apoio financeiro anglo-americano, os criollos convocaram as populações coloniais a se rebelarem contra a Espanha. Os dois dos maiores líderes criollos da independência foram Simon Bolívar e José de San Martin. Organizando exércitos pelas porções norte e sul da América, ambos sequenciaram a proclamação de independência de vários países latino-americanos.
José de San Martín https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_de_San_Mart%C3%ADn |
Simón Bolívar https://pt.wikipedia.org/wiki/Sim%C3%B3n_Bol%C3%ADvar |
San Martí |
Bernardo de O'Higgins |
José Gerváio Artigas |
No ano de 1826, com toda América Latina independente, as novas nações reuniram-se no Congresso do Panamá. Nele, Simon Bolívar defendia um amplo projeto de solidariedade e integração político-econômica entre as nações latino-americanas. No entanto, Estados Unidos e Inglaterra se opuseram a esse projeto, que ameaçava seus interesses econômicos no continente. Com isso, a América Latina acabou mantendo-se fragmentada. O desfecho do processo de independência, no entanto, não significou a radical transformação da situação socioeconômica vivida pelas populações latino-americanas. A dependência econômica em relação às potências capitalistas e a manutenção dos privilégios das elites locais fizeram com que
Resumo
Os séculos XVIII, XIX e XX são marcados por grandes movimentos de ruptura norteados pelos "ideais libertários" guiados pelos iluminismo, ou seja, pela razão. Muito embora, nada disso tenha rompido de fato com os princípios que fundamentavam as relações desiguais do "ancien regime", o feudalismo ou absolutismo. Mas o que se torna primordial é que, ao observamos toda transformação ocorrida neste período específico, ambas apresentam um segmento político, econômico, filosófico e, de grande valia, ideológico. Repensar as relações de poder, o papel das instituições que regulam os interesses públicos da sociedade. Entretanto, é notório que não suprimem as diferenças de classes, a desigualdade, opressão etc., apenas reformulam sua prática e reconfiguram os interesses a partir da ascensão e queda das classes sociais que advinham do período anterior à modernidade. Nesse sentido, o Estado ganha nossa forma, a burguesia supera a nobreza, o clero se torna secundário, mas com grande influência e os trabalhadores em situação de servidão, tornam-se trabalhadores livres, assalariados, na condição de desprovidos de possuir os meios que possibilitam a produção de mercadorias e produtos para sua sobrevivência e sua família. Na América, não obstante do cenário mundial, decide romper com as amarras do antigo sistema colonial, no qual a metrópole dominava suas colônias e as explorava autoritariamente para servir exclusivamente aos seus interesses. Todo conflito interno nas colônias exprime a reprodução dos ideais liberais que posteriormente veremos suas consequências na sociedade moderna mantendo a exploração dos despossuídos.
Temas relativos nós podemos acessar no link ERER +, no qual abordaremos assuntos como racismo, machismo, patriarcalismo, xenofobia, homofobia, autoritarismo, intolerância, violência contra a periferia.
Em seguida será postado a revolução mais bonita realizada na América, a REVOLUÇÃO HAITIANA. Uma revolta genuinamente popular, preta e de fato de libertação, semelhante a revolta dos Malês que não durou muito tempo, no Brasil. Claro que não oculta tudo que foi feito por toda a América, mas que foi grande inspiração a muitos outros movimentos emancipatórios no continente.
Observem que temos uma longa lista de sites para pesquisa. Por meio deles podemos complementar os texto de apoio e aprofundar o tema. Insisto que é fundamental que todas e todos acessem os sites, pois fica evidente na produção de vocês que buscaram respostas as problematizações em seus conteúdos. Temos lá o museu do Brasil, Argentina, Venezuela, México etc.
Atividades
Acessa o link para realizar a atividade
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