Revolução Francesa



O progresso do absolutismo

O poder real cresceu ao mesmo tempo em que progrediu o Estado Nacional, cuja formação já vimos. O rei encarnava o ideal nacional, o interesse da nação. Exercia de fato o poder: impunha leis, organizava a justiça, arrendava a cobrança de impostos, mantinha o exército, nomeava funcionários, tudo em nome do Estado, que ele representava.
As guerras acentuaram o sentimento de amor à pátria, o rei era o seu defensor, espécie de herói nacional cultivado pelo humanismo, herdeiro das tradições cavaleirescas cristãs. A concorrência comercial com outros países e a disputa dos mercados coloniais aguçaram ainda mais as rivalidades e contribuíram para o fortalecimento do poder real.
 Este poder crescente não resultou somente da vontade dos reis, era uma necessidade do corpo social. O poder forte era indispensável para que as decisões fossem tomadas rapidamente, impostas pela luta entre as nações. 

O rei reprimia os particularismos das comunidades territoriais, províncias, regiões, municípios e aldeias, contribuindo para a uniformização do Estado absolutista. Com cada uma das ordens e instituições da sociedade (clero, nobreza, Terceiro Estado, corpo de oficiais, universidades, corporações), o soberano estabeleceu um acordo específico, preservando suas leis próprias, mas exercendo o arbítrio nos seus conflitos, o que lhe dava o direito de intervenção. 
As rivalidades familiares, revivescência dos laços feudais de vassalidade, que dão origem às lutas entre os partidos envolvendo parentes e agregados, são eliminadas.
A luta entre as ordens sociais é, entretanto, o traço essencial desse fortalecimento. Talvez não fosse excessivo dizer que a monarquia nacional e o poder real resultam desse conflito. O rei protege o burguês, dá-lhe monopólios comerciais e industriais, arrenda a cobrança de impostos, protege-o na concorrência comercial externa, bem como contra os nobres e contra a Igreja. Por outro lado, protege os artesãos contra os empresários capitalistas, assegurando seus direitos. 

Com o absolutismo houve burgueses nobilitados. A velha nobreza apreciava as atividades militares e não as comerciais. Tinha nível de vida elevado, despesas com vestuário, habitação, bailes, que consumiam suas rendas diminuídas pela inflação. Por isso foi obrigada a aproximar-se do rei para se manter. Recebia o governo das províncias, postos de chefia na guarda real, nas praças-fortes, pensões para os filhos. O nobre cortesão dependia economicamente do rei. 
Os únicos limites ao poder real no absolutismo era a lei divina cristã, os direitos costumeiros do povo, o pequeno número de funcionários reais e a precariedade das comunicações. Sem considerarmos o problema da hereditariedade de certos cargos administrativos, que assim escapavam ao controle do monarca.


A fase que precede a Revolução Francesa 

 A estrutura social vigente até então estava baseada na concentração do poder nas mãos da Monarquia Absolutista que se sustentava em acordo com a aristocracia e o clero.
Mas desde este período a classe revolucionária já assumia proporções exorbitantes em setores como o funcionalismo estatal, indústrias, comércio, bancos mantendo a politica de sustento dos “parasitas”, ou seja, os que não trabalhavam e viviam do trabalho alheio. 

Para que houvesse o progresso das forças produtivas, a liberalização da economia era necessário romper com esta lógica que amarrava os interesses e a capacidade de desenvolvimento da burguesia e para isso era necessário romper com a forma de dominação do Estado vigente, o fim das corporações de ofício, o fim das alfândegas internas, combater o alto preço de produtos alimentícios, aumentar o fornecimento de matéria-prima para ampliar a produção industrial e consequentemente o consumo de mercadorias, pedágios cobrados aos comerciantes para poderem transitar pelo feudo de forma que corresponda aos seus interesses, enfim, governado por eles.
As crises instauravam-se no cotidiano da França atingido, inclusive aos que ainda se submetiam aos interesses monárquicos para realizarem os seus desejos e necessidades de classe, a aristocracia e o clero, mas que já atuavam economicamente com a burguesia em ascensão.
 

“A estrutura do Antigo Regime”
 O poder político estava distribuído da seguinte maneira, inspirado ainda nas relações feudais, sendo então, o Primeiro Estado: Clero; Segundo estado: Nobreza; e o Terceiro Estado: o  restante da sociedade, servos, trabalhadores livres, burgueses.
O Primeiro Estado apresentava uma divisão interna, o Alto Clero com privilégios e o Baixo Clero com sua condição de vida próxima da população comum aproximando-se dos revolucionários. O Segundo Estado também estava dividido. Em Veneza vivia a Nobreza  Palaciana que exigiam grande custo ao Estado, composta por 4 mil nobres que compunham a corte. No interior havia a Nobreza Provincial desfrutando dos privilégios feudais. E por fim a nobreza de toga, burgueses que compraram títulos nobiliárquicos, dedicando-se aos negócios administrativos e judiciários.
O alto clero e a nobreza eram isentos dos impostos. Além de receber penses, doações e outros privilégios do poder real, possuíam seus próprios tribunais e monopolizavam os postos de oficias no exército e marinha. Representavam o primeiro e segundo estados aproximadamente  0,5% e 1,5% da população francesa. O terceiro estado era formado pelo representante da população: os camponeses, burgueses, e as camadas populares da cidade, aproximadamente 25 milhões de pessoas. Este almejavam o s fim dos privilégios do primeiro e segundo estados.
Os monarcas eram instituídos pelo “Direito Divino”, não prestando conta de nada a ninguém e tendo o poder de decisão jurídica, sobre o exército, decidia sobre a guerra e a paz consultando apenas a um conselho de ministros ele decidia pelo judiciário, legislativo e o executivo.
Nos cafés parisienses discutiam o “Iluminismo”, os privilégios, a miséria, opressão politica e irracionalidade administrativa e as ciências. Baseavam-se no contrato social, soberania popular e direitos naturais, entre ois quais os direitos dos povos contra os governos tirânicos.
 

Crise econômica
 A França era durante o reinado Luiz XIV (1643-1715) considerada a maior potência europeia, mas que apontava para sua decadência sendo substituída pela Inglaterra. Três guerras a deixou enfraquecida sendo derrotada ou com vitórias não convincentes. Primeira, a guerra de Sucessão Austríaca (1740-1748). Neste período tinha como principal rival a dinastia dos Habsburgos. Os franceses não conseguiram interferir para enfraquecer a rainha Maia Teresa e acabou fortalecendo a Prússia. Posteriormente lutaram contra a mesma Prússia na guerra dos Sete Anos (1756-1763). A Prússia vitoriosa se consolidava como nação e a Inglaterra sua aliada conquistava o Canadá Francês e portos franceses na Índia. Aliaram-se ao Norte americanos na luta de independência dos Estados Unidos contra os ingleses (1776-1783). Embora tenham derrotado os ingleses seus gastos foram altíssimos e aumentaram seu déficit no tesouro nacional. A dinastia Bourbon tornou mais grave a situação francesa.
Em 1774 Luiz XVI assumia o trono francês, esperava-se do rei a modernização do Estado e a solução para o déficit das finanças, nomeou para finanças um fisiocrata chamado Turgot que colocou na ordem do dia as seguintes reformas: o fim das corporações, aboliu as corveias reais do comércio de cereais que consistia em uma parcela da produção ser entregue à Coroa. Mas o mais importante foi tentar eliminar o déficit financeiro incidindo impostos sobre o Clero e a Nobreza que eram isentos de tributos e restringindo despesas da corte. As classes dominantes, monarquia, Nobreza e Clero se opuseram ao plano de reformas de Turgot. “Em 1776, Turgot se demitia impotente diante do agravamento da crise. “Para substituir Turgot, foi nomeado o banqueiro Necker, foi modesto e não atacou os privilégios sem reformas profundas. Em 1781, Necker escancarou com um escândalo o deficit do tesouro francês em 126 milhões. 36 milhões eram aplicados nos privilégios da corte formada por 4 mil pessoas e 12 milhões aplicados na assistência e educação e o restante aos 25 milhões de habitantes.
Em 1783 houve a abertura dos poros franceses para a Inglaterra em contra partida os ingleses comprariam o vinho Francês, este tratado como conhecido como o Methuen Francês (tratado entre Inglaterra e Portugal). Com a competição os preços caíram o que  levou ao declínio geral de muitos camponeses.  Isso gerou um desconforto ainda maior para os franceses que não conseguiram competir com o mercado Inglês aumentando ainda mais a crise econômica, além de uma crise na colheita em 1784 causada por fortes chuvas, o ano seguinte, contrariamente, devastada pela seca. Posteriormente produziu trigo em grande quantidade gerando uma baixa nos preços. Em 1788 os camponeses retraíram a colheita e aumentou consequentemente o preço dos pães nas cidades. Ou seja, a França estava arruinada.

Convocação dos Estados Gerais

 Em meio à crise, o “soberano” rei Luís XVI convoca os Estados Gerais para solucionar o problema. Não tinha poder de decisão, mas poderia ser consultado. Sua primeira aparição foi em 1302, no reinado de Felipe, o Belo, e a segunda, em 1614, época de Luís XIV.
Tradicionalmente os Estados se reuniam em separado, o clero, a nobreza o terceiro Estado (trabalhadores). O escrutínio era por estamento e não por cabeças, considerando que se fosses por cabeça o terceiro ganharia isoladamente. Tendo direito a um voto cada Estado
Em 1787, o controlador geral das finanças, Callone, convocou a Assembléia dos Notáveis devido aos problemas financeiros do Estado. Tal Assembléia era formada por representantes do clero e da nobreza, denominados notáveis. A principal vantagem dessas duas ordens sociais era o não pagamento de impostos, e Callone deveria convencê-los a renunciar este direito.

Jacques Necker substituiu Callone, e este novo controlador convenceu Luis XVI a convocar a Assembleia dos Estados-Gerais, formada pelos notáveis e pelo terceiro estado (abrangia a pequena, média e alta burguesia).
O clero e a nobreza eram privilegiados na votação, pois o voto era por estado social, ou seja, cada estado só poderia ter um voto dentro da Assembleia, assim essas duas ordens sociais votavam juntas contra o terceiro estado.

  


  


























O terceiro estado propôs votação individual na assembleia, mas os notáveis insistiam em votação por estado, e foram apoiados pelo rei. Tendo sua proposta rejeitada, o terceiro estado provocou uma manifestação, prometendo não cessar enquanto o rei não aceitasse uma Constituição que limitasse seus poderes.
Então o rei cedeu, ordenando que o clero e a nobreza se juntassem ao terceiro estado, organizando a Assembléia Constituinte. Os produtos alimentícios ficavam cada vez mais escassos, no campo e nas cidades as revoltas começaram a surgir. Espalhavam-se rumores de conspiração aristocrática e da realeza. O rei temia o seu futuro político, então decidiu mobilizar as tropas militares para conter as revoltas burguesas e populares. Em contrapartida, a burguesia organizou milícias populares para encarar as tropas reais. No dia 14 de julho as tropas parisienses tomaram a Bastilha (símbolo da tirania e das arbitrariedades do rei, onde estava localizada a prisão política).
A Tomada da Bastilha foi o marco inicial da Revolução. E o medo de que a revolução camponesa se alastrasse atingindo as propriedades burguesas, resultou na abolição dos direitos feudais, em 4 de agosto de 1789.

 
No dia 26 de agosto de 1789, a Assembléia Nacional constituiu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, este documento defendia os seguintes pontos: liberdade, igualdade, inviolabilidade da propriedade, resistência à opressão política e direito à propriedade privada.
No ano de 1790, os bens do clero foram confiscados pela Assembléia Constituinte. Descontentes, os religiosos e a nobreza se refugiaram da França e organizaram exércitos no exterior para reagir à Revolução Francesa.
A Monarquia Constitucional
A Carta Constitucional ficou pronta em setembro de 1791, a partir desta data a França tornou-se uma Monarquia Constitucional, sendo dominada pela burguesia. Muitas modificações ocorreram na organização social e administrativa da França.
A nova Constituição definia que o Poder Executivo caberia ao rei e o Poder Legislativo caberia à Assembleia.
O rei não aceitou a Constituição, pois não queria perder o poder absoluto, mas seria obrigado a assinar o documento. Então, em julho de 1791, Luís XVI tentou fugir da França para formar um exército fora do país e invadir a França, mas foi preso em Varennes e reconduzido a Paris.
Em 1792, o exército austro-prussiano avançava rumo a Paris, aumento o medo de uma contra-revolução conspirada pelo rei e pela aristocracia. O exército estrangeiro invadiu a França, com a ajuda secreta da família real que passava os segredos militares para as tropas invasoras.
As forças francesas, formada pelos sans-culottes (pequenos negociantes, artesãos e operários), venceram os invasores em Valmy, expulsando-os da França no dia 20 de setembro de 1792.
A Convenção
No dia 20 de setembro de 1792 a República da França foi proclamada, sendo governada por uma nova Assembléia Nacional: a Convenção.
As forças políticas internas mais importantes desse período foram:
- Partido Girondino - representavam a alta burguesia.
-
Partido Jacobino – representavam a pequena burguesia.
Em 1793, o rei Luís XVI foi julgado na Convenção e condenado à morte como traidor. O rei foi executado na guilhotina em 21 de janeiro de 1793.
O Período do Terror e o Governo Jacobino
Os jacobinos, liderados por Robespierre, assumem o poder em 1792. Adotaram medidas radicais, como a imposição do Edito do Máximo: tabelamento dos preços máximos. Taxavam os ricos, obrigando-os a pagar mais impostos. Surgiram muitas revoltas contra essas medidas, e o governo jacobino implantou o Terror, executando todos os suspeitos de discordarem de suas práticas.
Em 1794, Robespierre foi deposto da Convenção. O Governo Jacobino foi debilitado.
 

Em 1795, os girondinos assumem o poder, e as medidas jacobinas são abolidas. Robespierre e outros jacobinos foram executados na guilhotina.
A Convenção começa a elaborar uma nova Constituição, enquanto no sul e oeste do país surgia uma contra-revolução realista que pretendia tomar o poder em Paris, mas foi repreendida por Napoleão. Em seguida a Convenção foi dispensada.
O Diretório
A nova Constituição ficou pronta em 1795. A Constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório, formado por 5 membros eleitos pelo Legislativo. E era duvidosa a possibilidade da consolidação da burguesia através desse regime.
O Diretório perdurou até o ano de 1799, foi um período conturbado marcado pelo desemprego e corrupção e muitas revoltas, tanto das baixas camadas quanto da aristocracia.
Quem eram os jacobinos
 Os jacobinos faziam parte de uma organização política, criada em 1789 na França durante o processo da Revolução Francesa. No princípio tinham uma posição moderada sobre os encaminhamentos revolucionários, porém, com a liderança de Robespierre, passaram a ter posições radicais e esquerdistas. Pequenos comerciantes e profissionais liberais eram as principais camadas sociais que compunham este grupo.
Entre 1792 e 1794, os jacobinos lideraram o processo revolucionário na França, período que ficou conhecido como "Terror". Foi uma época em que ocorreram muitos assassinatos de opositores políticos, principalmente de monarquistas e girondinos (grupo composto pela alta burguesia francesa).
Robespierre, principal líder dos jacobinos, era defensor da violência como forma de defender a revolução. Ele tinha como principal objetivo a transformação da França numa república, baseada nos princípios de igualdade e virtude.
Principais ideais defendidos pelos jacobinos:
- Eliminação da monarquia na França;
- Abolição da escravidão nas colônias francesas;
- Educação para todos;
  • Uso da violência contra os opositores da revolução;
- Fim de todos os privilégios do clero e da nobreza na França;
- Ajuda aos necessitados;
- Controle de preços de produtos de primeira necessidade.


 A fase que precede a Revolução Francesa
A estrutura social vigente até então estava baseada na concentração do poder nas mãos da Monarquia Absolutista que se sustentava em acordo com a aristocracia e o clero.
Mas desde este período a classe revolucionária já assumia proporções exorbitantes em setores como o funcionalismo estatal, indústrias, comércio, bancos mantendo a politica de sustento dos “parasitas”, ou seja, os que não trabalhavam e viviam do trabalho alheio.
Para que houvesse o progresso das forças produtivas, a liberalização da economia era necessário romper com esta lógica que amarrava os interesses e a capacidade de desenvolvimento da burguesia e para isso era necessário romper com a forma de dominação do Estado vigente, o fim das corporações de ofício, o fim das alfândegas internas, combater o alto preço de produtos alimentícios, aumentar o fornecimento de matéria-prima para ampliar a produção industrial e consequentemente o consumo de mercadorias, pedágios cobrados aos comerciantes para poderem transitar pelo feudo de forma que corresponda aos seus interesses, enfim, governado por eles.
As crises instauravam-se no cotidiano da França atingido, inclusive aos que ainda se submetiam aos interesses monárquicos para realizarem os seus desejos e necessidades de classe, a aristocracia e o clero, mas que já atuavam economicamente com a burguesia em ascensão.
A estrutura do Antigo Regime”
O poder político estava distribuído da seguinte maneira, inspirado ainda nas relações feudais, sendo então, o Primeiro Estado: Clero; Segundo estado: Nobreza; e o Terceiro Estado: o restante da sociedade, servos, trabalhadores livres, burgueses.
O Primeiro Estado apresentava uma divisão interna, o Alto Clero com privilégios e o Baixo Clero com sua condição de vida próxima da população comum aproximando-se dos revolucionários. O Segundo Estado também estava dividido. Em Veneza vivia a Nobreza Palaciana que exigiam grande custo ao Estado, composta por 4 mil nobres que compunham a corte. No interior havia a Nobreza Provincial desfrutando dos privilégios feudais. E por fim a nobreza de toga, burgueses que compraram títulos nobiliárquicos, dedicando-se aos negócios administrativos e judiciários.
O alto clero e a nobreza eram isentos dos impostos. Além de receber penses, doações e outros privilégios do poder real, possuíam seus próprios tribunais e monopolizavam os postos de oficias no exército e marinha. Representavam o primeiro e segundo estados aproximadamente 0,5% e 1,5% da população francesa. O terceiro estado era formado pelo representante da população: os camponeses, burgueses, e as camadas populares da cidade, aproximadamente 25 milhões de pessoas. Este almejavam o s fim dos privilégios do primeiro e segundo estados.
Os monarcas eram instituídos pelo “Direito Divino”, não prestando conta de nada a ninguém e tendo o poder de decisão jurídica, sobre o exército, decidia sobre a guerra e a paz consultando apenas a um conselho de ministros ele decidia pelo judiciário, legislativo e o executivo.
Nos cafés parisienses discutiam o “Iluminismo”, os privilégios, a miséria, opressão politica e irracionalidade administrativa e as ciências. Baseavam-se no contrato social, soberania popular e direitos naturais, entre ois quais os direitos dos povos contra os governos tirânicos.
Crise econômica
A França era durante o reinado Luiz XIV (1643-1715) considerada a maior potência europeia, mas que apontava para sua decadência sendo substituída pela Inglaterra. Três guerras a deixou enfraquecida sendo derrotada ou com vitórias não convincentes. Primeira, a guerra de Sucessão Austríaca (1740-1748). Neste período tinha como principal rival a dinastia dos Habsburgos. Os franceses não conseguiram interferir para enfraquecer a rainha Maia Teresa e acabou fortalecendo a Prússia. Posteriormente lutaram contra a mesma Prússia na guerra dos Sete Anos (1756-1763). A Prússia vitoriosa se consolidava como nação e a Inglaterra sua aliada conquistava o Canadá Francês e portos franceses na Índia. Aliaram-se ao Norte americanos na luta de independência dos Estados Unidos contra os ingleses (1776-1783). Embora tenham derrotado os ingleses seus gastos foram altíssimos e aumentaram seu déficit no tesouro nacional. A dinastia Bourbon tornou mais grave a situação francesa.
Em 1774 Luiz XVI assumia o trono francês, esperava-se do rei a modernização do Estado e a solução para o déficit das finanças, nomeou para finanças um fisiocrata chamado Turgot que colocou na ordem do dia as seguintes reformas: o fim das corporações, aboliu as corveias reais do comércio de cereais que consistia em uma parcela da produção ser entregue à Coroa. Mas o mais importante foi tentar eliminar o déficit financeiro incidindo impostos sobre o Clero e a Nobreza que eram isentos de tributos e restringindo despesas da corte. As classes dominantes, monarquia, Nobreza e Clero se opuseram ao plano de reformas de Turgot. “Em 1776, Turgot se demitia impotente diante do agravamento da crise. “Para substituir Turgot, foi nomeado o banqueiro Necker, foi modesto e não atacou os privilégios sem reformas profundas. Em 1781, Necker escancarou com um escândalo o deficit do tesouro francês em 126 milhões. 36 milhões eram aplicados nos privilégios da corte formada por 4 mil pessoas e 12 milhões aplicados na assistência e educação e o restante aos 25 milhões de habitantes.
Em 1783 houve a abertura dos poros franceses para a Inglaterra em contra partida os ingleses comprariam o vinho Francês, este tratado como conhecido como o Methuen Francês (tratado entre Inglaterra e Portugal). Com a competição os preços caíram o que levou ao declínio geral de muitos camponeses. Isso gerou um desconforto ainda maior para os franceses que não conseguiram competir com o mercado Inglês aumentando ainda mais a crise econômica, além de uma crise na colheita em 1784 causada por fortes chuvas, o ano seguinte, contrariamente, devastada pela seca. Posteriormente produziu trigo em grande quantidade gerando uma baixa nos preços. Em 1788 os camponeses retraíram a colheita e aumentou consequentemente o preço dos pães nas cidades. Ou seja, a França estava arruinada.

Convocação dos Estados Gerais
 

http://www.chateauversailles.fr/decouvrir/domaine/salle-jeu-paume 
Acesse o link acima e veja que este espaço existe até hoje como patrimônio histórico e a importância do museu para o registro das transformações ocorridas na história

Em meio à crise, o “soberano” rei Luís XVI convoca os Estados Gerais para solucionar o problema. Não tinha poder de decisão, mas poderia ser consultado. Sua primeira aparição foi em 1302, no reinado de Felipe, o Belo, e a segunda, em 1614, época de Luís XIV.
Tradicionalmente os Estados se reuniam em separado, o clero, a nobreza o terceiro Estado (trabalhadores). O escrutínio era por estamento e não por cabeças, considerando que se fosses por cabeça o terceiro ganharia isoladamente. Tendo direito a um voto cada Estado
Em 1787, o controlador geral das finanças, Callone, convocou a Assembléia dos Notáveis devido aos problemas financeiros do Estado. Tal Assembléia era formada por representantes do clero e da nobreza, denominados notáveis. A principal vantagem dessas duas ordens sociais era o não pagamento de impostos, e Callone deveria convencê-los a renunciar este direito.
Jacques Necker substituiu Callone, e este novo controlador convenceu Luis XVI a convocar a Assembleia dos Estados-Gerais, formada pelos notáveis e pelo terceiro estado (abrangia a pequena, média e alta burguesia).
O clero e a nobreza eram privilegiados na votação, pois o voto era por estado social, ou seja, cada estado só poderia ter um voto dentro da Assembleia, assim essas duas ordens sociais votavam juntas contra o terceiro estado.

Fim dos jacobinos
Após a prisão e execução na forca de Robespierre em 1794, os jacobinos tiveram suas atividades proibidas na França. Os girondinos voltaram ao poder e comando do processo revolucionário em 1794, implantando os ideais burgueses. Os jacobinos foram dissolvidos no ano de 1799.
O 18 Brumário
O general francês Napoleão Bonaparte, apoiado pela burguesia e pelo exército, aplicou o Golpe do 18 Brumário que derrubou o Diretório e o Conselho Legislativo, consolidando o poder da burguesia.
Napoleão implantou o Consulado pondo fim na Revolução Francesa.




             O que foi

O 18 de Brumário foi um golpe de Estado comandado por Napoleão Bonaparte na França. No calendário revolucionário francês, este dia ocorreu em 18 de Brumário do ano IV (9 de novembro de 1799 no calendário gregoriano). Através deste golpe, Napoleão colocou fim ao Diretório e iniciou a ditadura na França.
Após a queda do Diretório, foi criado o Consulado e Napoleão se tornou o primeiro-cônsul da França, governando com poderes absolutos.
Como ocorreu
Mesmo com uma grande instabilidade política e econômica na França, Napoleão recebeu forte apoio da burguesia que defendia um governo forte para pacificar o país e gerar um ambiente de ordem.
Os políticos do Diretório deram a Napoleão o apoio necessário e propuseram o uso da força militar para que ele assumisse o governo.

         
A burguesia no poder
Com apoio da burguesia, dos políticos e do exército, Napoleão deu o golpe, fechando a Assembleia do Diretório. Foi a consolidação da burguesia no poder, que já vinha acontecendo desde a Revolução Francesa de 1789.
Em 1804 instituiu o “código civil napoleônico”, consolidando as transformações burguesas, proibindo as greves operáias e os sindicatos, ratiicou a reforma a grária feita pela revolução, assegurou o direito à propriedade.

Império
O conflito incessante entre França e Inglaterra gerou a disputa pelo mercado tendo como principal objetivo era o fortalecimento de suas economias, das classes insurgentes, de sues interesses políticos, e o controle comercial que já vinha se constituindo desde a formação dos Estados Absolutistas. Em 1803 formou-se a “Terceira Coligação” antifrancesa que teve apoio da Espanha. Combate liderado pela Inglaterra e seguida por Áustria e Rússia gerando grandes confrontos, perdas materiais, mortes. Na batalha de Trafalgar, em 1805 os franceses e espanhóis foram dizimados em alto-mar, entretanto mostrou sua superioridade em terra nas batalhas de Ulm e Austerlitz, vencendo as tropas da Rússia e Áustria.
Embora a Revolução Francesa tenha destaque maior na emancipação politica e econômica dando origem à sociedade moderna, não quer dizer que outros países da Europa tenha ficado no anonimato, ao contrário, desde a formação do Estado Nação, o Renascimento, a Assembleia dos Três Estado, o surgimento de uma nova classe social e sua forte influência ideologica na sociedade estavam presentes por toda a Europa o que em fim trara a posteriori um choque intenso de interesses na busca pelo controle dessas novas relações emergentes.
A Inglaterra era a principal opositora da França pr assumir o papel de naçaõ imperialista. Mas apontou para o horizonte onde raiava o novo sol, o sol da modernidade, com sua evolução industrial.
O que podemos perceber é o surgimento de novas classes e o conflito em que se colocavam em defesa, cada qual, de seus interesses. Segundo Christopher Hill “revoltas populares constituem a característica essencial da tradição inglesa” o que nos leva a entender que ela sempre esteve em movimento dentro processo histórico de mudanças. Durante os anos do reinado de Carlos I, o exército do “Longo Parlamento” serviu de seu algoz o derrotando na formação de uma “República de Curta Duração” tendo como consequência beneficiar a pequena nobreza.
As analises nos apresentam o ponto de vista na perspectiva da minhoca, sempre olhando de baixo para cima.

http://www.paris-conciergerie.fr/



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